05.02.2022

“AeroVacina” “aterrou” no centro de Torres Vedras

Sem a realização dos tradicionais desfiles carnavalescos de rua devido ao contexto pandémico que se verifica, Torres Vedras não deixa de assinalar a época carnavalesca.

Tal acontece, por exemplo, com a instalação do Monumento do Carnaval, o qual está patente, como é hábito, na Praça da República, tendo o mesmo sido visitado ao final da tarde de hoje, dia 5 de fevereiro, pela presidente da Câmara Municipal, Laura Rodrigues, pelo presidente da empresa municipal Promotorres, Rui Penetra, pelo presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria, S. Pedro e Matacães, David Lopes, por grupos carnavalescos e por alguns foliões curiosos que quiseram desfrutar da sátira política e social do “Carnaval mais português de Carnaval”, presente neste elemento com que habitualmente se marca a época de Entrudo na Cidade.       

“Cidade Carnaval” é o nome do Monumento do Carnaval de Torres Vedras deste ano, o qual foi concebido por Bruno Melo e executado pela empresa torriense Gate 7, e que tem como elemento central o “AeroVacina”, "veículo inovador e versátil", que aterrou “no centro da Cidade do Carnaval, com toda a tranquilidade e prudência. A viagem ocorreu aos comandos da piloto Laura Rodrigues, que depois de um voo atribulado, já pode descansar, com sentido de missão cumprida.

Alguns negacionistas, apanhados durante a descolagem, ainda protestam, gritam e esperneiam na ponta da agulha, não se percebe bem porquê…vozes de burro não chegam ao céu.

Todavia, esta aterragem só foi bem-sucedida graças à assistência e coordenação das manobras em terra da taska-force-toda Vice-Almirante Gouveia e Melo, que por meio da sua resiliência e eficácia finalizou a operação com toda a segurança em tempo record.

A Comitiva Real do Carnaval de Torres Vedras surge então, com toda a pompa e circunstância que lhe é devida: descem a escada o Rei e a Rainha a acenar alegremente, já estava mais do que na hora de abanar o abanico e de mostrar o Corno do Rei.

Os Ministros & Matrafonas desfilam, com os seus vistosos fatos, impecável e elegantemente vestidos. O fidalgo aparece como sempre branquinho e engomadinho (pelo menos nas primeiras horas) e cheio de sede e de copos para partilhar com o resto da fidalguia. A Maria Cachucha não consegue esconder um grande sorriso por detrás do seu bigode farfalhudo, vindo bem acompanhada pelos garrafões de tinto. O Confrade surge tranquilamente e majestosamente, acenando à multidão.

Como é de seu costume, Lúmbias e Flauzinas dançam acrobaticamente no topo do “AeroVacina”. Os Zés Pereiras vieram alegrar a festa e dar as boas vindas à Comitiva do Carnaval de Torres Vedras.

Surpreendentemente e para espanto de toda a comitiva, constata-se que algo não está bem. E o cenário é de loucos“. De facto, junto ao “AeroVacina”, pode observar-se que os cabeçudos do Carnaval de Torres Vedras “foram substituídos por outros cabeçudos, com grandes semelhanças a indivíduos da sociedade e da política portuguesa – o Goucha, a Cristina Ferreira, o Berardo, o Cabrita e o presidente Marcelo”.

Também nas proximidades do “AeroVacina” pode observar-se Costa, que “personifica a máscara tradicional do velho montado na velha, mas à sua maneira: montado no Zé Povinho, para que este nem no Carnaval se esqueça do peso da carga fiscal, com uma grande dose de resiliência. São só mais 4 anos de cavalgadura”.

Já “Cristiano Ronaldo mascara-se de coelhinho Dura7…e dura e dura e dura…”.

Mais perto do “AeroVacina”, “a Graça Freitas e a Marta Temido brincam em sintonia em cima de dois vírus, acessórios comprados numa loja dos chineses, continuando a improvisar atrás de cada improviso. Ricardo Salgado goza mais umas férias, no seu luxuoso banho, intocável à conta do seu amigo Alzheimer”.

Neste cenário “não podiam faltar vendedores ambulantes como é tradição, mas o improvável acontece: André Ventura mascarado de cigano vende numa banca t-shirts contrafeitas dos seus “amigos” Ricardos”.

É este o hilariante panorama que se pode apreciar na praça central de Torres Vedras até ao início de março. É que não há vírus que iniba a sátira do “Carnaval mais português de Portugal”…